Por Cinthia Guimarães
Durante os seis meses que Raphael Siqueira Filho, vulgo Siqueirinha, permaneceu à frente do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), colecionou algumas histórias de destrato e desrespeito a jornalista, inclusive comigo. Seu histórico é longo. Raposa velha, amigo do prefeito Amazonino Mendes, Siqueira já foi juiz aposentado e ocupou diversos cargos estratégicos durante a administração estadual de Amazonino. Como um homem letrado, ele esqueceu as lições de cortesia e civilidade.
Num belo plantão de domingo, fui incumbida da missão de ligar para Siqueirinha com objetivo de perguntar sobre a situação dos pontos de táxi irregulares no centro da cidade:
“Boa tarde, Raphael Siqueira, sou Cinthia Guimarães, repórter do jornal Diário do Amazonas. Tudo bem? Gostaria de tirar uma dúvida com o senhor sobre...”.
Fui interrompida com rispidez:
-“Escuta aqui, garota, eu acabei de dar entrevista pra você! Eu estou na minha casa deitado uma hora dessa, você sabia?”, respondeu ele.
Retruquei:
-“Bom, o senhor falou com a repórter Audrey Bezerra. Eu sou Cinthia Guimarães e minha matéria trata-se de outro assunto. O senhor vai me ouvir ou não?”.
Eu não sabia que a Audrey estava apurando a história de que ele havia recebido R$ 2,2 milhões da prefeitura por desapropriação de um antigo terreno há décadas, como uma jogada suspeita armada pelo prefeito logo que Siqueira assumiu o cargo de diretor-presidente do IMTT.
-“Olha menina, eu to pelado, na minha cama agora. Deixa eu me vestir pelo menos. Aí eu falo com você”, disse o ‘doce’ Siqueirinha. Ele ainda resmungou que certos jornalistas ficavam importunando ele durante sua folga em pleno domingo.
-“Eu estou fazendo meu trabalho, seu Raphael. Jornalistas trabalham aos domingos, se o senhor não sabe! Mas, sem problemas, eu espero o senhor se vestir!”, rebati em tom arrogante.
Minutos depois ele me atende. –“Agora que eu me vesti, pode perguntar. O que você quer saber?”.
Eu fiz algumas perguntas, quando, mais uma vez, ele respondeu como um ‘gentleman’.
-“Eu não tenho essas informações, menina. Minha mente não é um computador. Se você quiser, eu lhe atendo amanhã no meu gabinete”.
“A minha matéria é para hoje, seu Raphael. Ok, obrigada pela sua gentileza e educação. O senhor é muito ‘simpático’”, finalizei em tom de ironia.
TODOS OS TEXTOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DOS AUTORES, NÃO COINCIDINDO, NECESSARIAMENTE, COM O PONTO DE VISTA DA EQUPE VIDA DE REPÓRTER
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